Banner Villas

Header Ads

Perfil Pessoal e Proposta de Conteúdo do PEP


É com grande satisfação que anunciamos o lançamento oficial do PEP - Palestra Esporte Podcast. Após submeter o projeto de lançamento do PEP a um edital da USBEA Brasil, uma organização de ex-intercambistas com o Departamento de Estado Norte-Americano, recebemos a aprovação, o que significa o apoio formal da Embaixada e dos Consulados dos EUA no Brasil, da USBEA Brasil e do Programa de Liderança Internacional do Governo Norte-Americano, International Visitor Leadership Program - IVLP.

A estreia oficial será em grande estilo no dia 10/12 às 19 horas em uma Live em nosso Canal do YouTube (PEP - Palestra Esporte Podcast), onde dois entrevistados (um dos Estados Unidos e o outro do Brasil), especialistas em Turismo Acessível, revelarão "Soluções Inovadoras para Promover a Acessibilidade em Aeroportos e Incrementar a Participação de Pessoas com Deficiência no Setor". Na oportunidade experiências do Brasil e dos EUA serão abordadas e abriremos a oportunidade de dialogar com o público pelo Chat do YouTube.

A entrevista será editada em formato de podcast e constituirá o primeiro conteúdo oficial abrindo-se a primeira temporada.

Enquanto isso preparamos mais um episódio prévio para contar pequenas histórias que denotam um breve perfil sobre a personalidade do Prof. Luiz Vilani. Além do mais o seu currículo e algumas experiências são apresentadas com o intuito de deixar mais claro o que se pode esperar do PEP - Palestra Esporte Podcast. Confira o episódio #00 – Perfil e Proposta de Conteúdo do Podcast.

CLIQUE AQUI E ASSISTA AO EPISÓDIO NO YOUTUBE:

Créditos:

Música - Canal 3

Gênero - Jazz e Blues

Artista - Quincas Moreira


Episódio #00 – Perfil Pessoal e Proposta de Conteúdo do Podcast

Episódio zero, e neste Episódio chegou a hora de apresentar a proposta do nosso podcast e um pouco da experiência deste idealizador e apresentador quem vos fala. Eu sou o Prof. Luiz Vilani e o acompanharei nessa jornada!

Muito bem, muito bem, está chegando a hora do lançamento oficial do Palestra Esporte Podcast, quando iniciaremos nossa primeira temporada temática. Confesso a você o orgulho de estrear nosso projeto com o apoio da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, da Associação USBEA Brasil, que é uma organização de pessoas que fizeram intercâmbio com o Governo Norte-americano e eu tive essa oportunidade em 2013, ano em que participei do Programa de Liderança Internacional, o International Visitor Leadership Program ou IVLP, que está completando 80 anos. Para lançar oficialmente o PEP, realizaremos no dia 10 de dezembro de 2020 às 19 horas uma Live no nosso canal do YouTube – PEP – Palestra Esporte Podcast.

No evento entrevistaremos dois convidados muito especiais, um mestre em negócios internacionais, o Sr. Constantine Zografopoulos, conhecido como Gus, que após sofrer um acidente amputou as duas pernas e hoje dirige um projeto na Organização Open Dors de Chicago, que tem como  objetivo criar uma sociedade em que todas as pessoas com deficiência tenham as mesmas oportunidades de consumo que todas as outras pessoas. Falaremos sobre o turismo acessível abordando a realidade de acessibilidade dos aeroportos nos Estados Unidos e no Brasil. Será uma troca de ideias e intercâmbio de informações onde a realidade brasileira será abordada pelo nosso outro convidado, o Sr. Reinaldo João de Souza – que foi Superintendente Regional da Infraero, e que hoje atua com uma Agência de Turismo Home Office e Consultoria Organizacional, diversidade e inclusão na nossa pauta de estréia. O conteúdo dessa live será editado em formato de podcast como nosso episódio de estréia iniciando a primeira temporada onde abordaremos as experiências do Programa de Intercâmbio que participei nos Estados Unidos sobre Inclusão Social e Acessibilidade no Contexto de Megaeventos Esportivos. Os episódios da primeira temporada serão marcados por reflexões e questionamentos acerca do nosso desenvolvimento ao conhecer outros países, outras culturas, outras realidades, mas sobretudo, outras possibilidades que essa troca de experiências nos tras para crescermos, transformarmos e apropriar a cada dia de mais conhecimentos e capacidades que só favorecem nossa vida pessoal e profissional.

O programa de liderança internacional possibilitou conhecer processos de gestão do esporte a partir do tema acessibilidade que transcendem para diversos campos de aplicação, ver um ginásio transformar-se da noite pro dia de uma quadra de gelo da liga nacional americana de hoquei NHL para uma quadra de NBA, é no mínimo muito curioso. E tivemos a oportunidade de discutir um pouco sobre a gestão desse ginásio público, gerenciado pela Prefeitura de Orlando, com o “Name Rights”, direito de usar o nome do ginásio e nesse caso também sua ambientação para nada menos que a Disney, e abrigando os jogos do Orlando Magics, são alguns temas que iremos refletir sobre o quanto ainda temos que evoluir na gestão dos equipamentos públicos esportivos no Brasil, muitas vezes subutilizados.

Conhecemos um pouco também da realidade de organizações esportivas, do beisebal, do futebol americano e como essas modalidades envolvem os aficionados fãs. E tivemos uma vasta experiência em relação aos direitos das pessoas com deficiência com visitas e reuniões no Departamento de Estado dos Estados Unidos, no Senado americano, na agência federal de acessibilidade e nas diversas visitas numa agenda extremamente intensa, dinâmica e proveitosa que será apresentada no Palestra Esporte Podcast.

Mas antes de conhecer os conteúdos da primeira temporada, nada mais justo que você possa conhecer brevemente algumas experiências curriculares e a visão deste apresentador e a diversificada proposta do PEP. Então vamos lá!

Você já refletiu sobre o que está por trás das diversas experiências pelas quais passamos, com as quais aprendemos, as boas, as más influências, as pessoas que fizeram diferença em nossa vida e que moldaram nosso caráter. Compartilhar e refletir sobre nossas experiências profissionais e até algumas pessoais, faz parte de uma estratégia que adotei bem no início da minha carreira profissional, e que mantenho sempre, pois ela me proporcionou um crescimento que eu jamais imaginava. Ensinar e aprender está na essência da condição humana e é um processo que ocorre ao longo de toda nossa vida. E eu não tenho dúvidas de que quem ensina acaba aprendendo ainda mais com a própria experiência de ensinar.

Aprendi muito cedo que compartilhar conhecimentos e experiências, significa estar aberto a novas oportunidades de interações, de explorar novas dúvidas, novos mundos, novas culturas, refletir sobre críticas, enfim acho que só temos a ganhar com isso. Respeitar as diferenças, buscar refletir e compreender diferentes visões, nos proporciona conhecer vários caminhos possíveis para trilharmos ao longo da nossa vida, e conhecer, saber avaliar os prós e contras de cada um desses caminhos, pode nos levar a ganhar um precioso tempo que inclusive nos proporcione a vivência de outras oportunidades de aprender e compreender melhor a riqueza desse mundo e dessa vida, que quando olhamos para trás, parece que passa tudo muito rápido.

Conhecer pessoas, diferentes pontos de vista, culturas e saber aproveitar um pouco das experiências, e experiência é uma condição ímpar de cada pessoa, requer estar aberto para observar, dialogar e refletir continuamente. Interagir com o mundo pode ser muito mais proveitoso se soubermos como aproveitar a interação com as pessoas e compreender como elas interagem em seu ambiente. Para aproveitar plenamente as infinitas oportunidades que o mundo nos proporciona, eu aprendi que é preciso primeiramente despir-nos de quaisquer que seja, dos preconceitos.

Minha intensa experiência com o esporte me mostrou de uma forma simples e natural o que representa fazer parte de grupos, na realidade de muitos grupos. Desde o início do meu desenvolvimento como ser humano, e principalmente na adolescência, essas experiências fizeram muito sentido pra minha vida, e o que eu não sabia, mas hoje sei, é que definiria rumos positivos para o meu futuro. Eu fui atleta federado de tênis de mesa, o bom e velho pingue pongue. Representei clubes e a seleção mineira como atleta, representei a seleção brasileira na comissão técnica, fui dirigente na federação mineira, na confederação brasileira e fiz parte de comitês de gestão na área das ciências do esporte em nível nacional por mais de 10 anos e na federação internacional de tênis de mesa. Meu mundo ampliou significativamente de forma muito rápida desde as primeiras experiências em viagens proporcionadas pela prática do esporte, no início na região metropolitana de Belo Horizonte, depois pelo interior de Minas Gerais. Hoje não tenho dúvidas do quanto aprendi com as diferenças regionais, culturais e pessoais de todo esse universo que vivenciei. Como me identifico com cada pedacinho de Minas, do Brasil e de tantos lugares e culturas maravilhosas que conheci por diversos cantos do mundo nessas privilegiadas experiências.

O esporte intensifica essas oportunidades de viver em grupos diferentes, de enfrentar grupos diferentes. Criamos inimigos (os nossos rivais), amigos (nossos companheiros de equipes, e porque não nossos aliados contra outras equipes), aos poucos a rivalidade vira respeito, admiração, amizade e depois saudade do tempo em que elas se formaram... algumas pessoas se identificam conosco e quando são mais experientes ou estão em níveis de rendimento mais altos, é comum se aproximarem e compartilhar essas experiências, nos orientam, nos incentivam. O mesmo ocorre conosco diante de uma equipe iniciante, menos experiente e assim vamos construindo redes, vamos superando diferenças, admirando as diferenças, muitas vezes vivenciando, compartilhando, se identificando com outras culturas e inclusive inserindo novos hábitos e culturas a partir desses novos conhecimentos que adquirimos em nossa vida.

Você não precisa ter tido experiência no esporte para entender isso. Há diversos meios similares de desenvolvimento, grupos que aderimos, estilos, nossa cultura é muito ampla e tenho certeza que você está compreendendo o que quero dizer.

Me lembro de um episódio numa viagem internacional onde eu representava o Brasil em um evento de ciências do esporte e em determinado momento nos chamaram para posar para uma foto. Eu vinha trocando ideias sobre projetos de pesquisas com três mulheres, 02 iraquianas e uma iraniana, descobri grandes afinidades em nossas linhas de estudo, mas também intensas diferenças culturais, vejam só. No momento da foto eu coloquei meu braço no ombro dessa colega iraniana e de um outro colega espanhol, mania de abraçar as pessoas, aliás, de querer abraçar o mundo. Uma atitude comum no Brasil e em diversas partes do mundo, mas ela imediatamente se virou, tirou meu braço dos seus ombros e começou a me pedir desculpas, antevendo meu susto, dizendo que não podia deixar que eu a tocasse pois era como se ela estivesse sendo envolvida por outro homem e ela era casada. Na realidade ficamos por algum tempo nos desculpando, eu obviamente muito assustado com a reação, mas logo entendi que se tratava de diferenças culturais. Atrasamos um pouco a foto com o restante do grupo desse Comitê para o registro de nosso encontro.

Parece bobo né?, talvez seja mesmo, mas com essa rápida experiência eu aprendi a observar mais o comportamento das pessoas em diferentes culturas e buscar compreender o que está por trás disso. Saber como comportar em diferentes culturas foi uma grande lição.

Independente desse episódio, jantamos na mesma mesa à noite em um rodízio de comida chinesa. Mais uma vez as diferenças culturais gritando na nossa frente. Juro que jamais imaginei um dia experimentar tanta comida diferente e exótica, não vou contar sobre os pratos, pois você pode se assustar e não é o objetivo desse podcast, mas o único prato que reconheci, foi camarão frito. Lembro que na mesa estavam as iraquianas, a iraniana, um indiano naturalizado canadense, um francês, eu e quatro chinesas, que se deliciavam com absolutamente tudo ali, a exceção de duas pessoas. O francês logo se identificou com minhas dúvidas sobre os pratos, acho que fazíamos caras e bocas, o que nos entregou que estávamos diante de um abismo de diferença da culinária ocidental para a oriental.

Você pode estar me questionando, Professor, eu adoro comida chinesa, como no China in box sempre, me adaptei muito bem, curto demais a culinária chinesa, isso aí é frescura. Eu também pensava assim sabe?, mas o tempero raiz da culinária chinesa é muito diferente. Não que um ocidental não possa apreciar de imediato, até porque nos últimos dias eu já até estava gostando de algumas coisas diferentes. Frutas, principalmente, tinha muita fruta diferente e que apreciei bastante. Mas a culinária em si, parece que aqui no Brasil eles pegam bem mais leve no tempero como os do China in Box e os pratos que comemos lá eram bastante exóticos mesmo, não era tipo arroz, frango xadrez, nada disso que temos a disposição por aqui e o tempero é muito mais picante e sem sal também. Mas os demais membros da mesa adoraram, uma chinesa que estava ao meu lado insistia para eu comer de tudo, e eu experimentei absolutamente tudo, e ela muito empolgada dizia que estávamos no restaurante mais caro de Shanghai e que ela jamais teria condições de comer ali, que era tudo muito delicioso e morria de gargalhar do francês e de mim por nossas caras e bocas!!!

Hoje vejo isso como algo muito legal sabe? mas no momento em que serviram um camarão frito, apesar de estar carregadíssimo na pimenta e olha que eu gosto de pimenta heim?, o francês olhou pra mim, abriu um largo sorriso, juntou as mãos e olhou para cima como se agradecesse a Deus por finalmente comermos algo que nos trouxesse algum prazer ao paladar.

Esse foi um dos exemplos de oportunidades que tive, em conhecer, conviver, observar, reconhecer diferenças. Obviamente trouxe aqui algo mais extremo em relação a essa questão sobre diferenças culturais, mas mais leve em relação às práticas e impactos nas relações humanas, na realidade a ideia foi trazer uma experiência simples de algo sobre o desconhecido. Passei duas semanas em Shanghai durante o Campeonato Mundial de Tênis de Mesa, eu fiz parte da delegação brasileira em um Congresso Científico onde apresentei um estudo a partir da minha dissertação de mestrado, mas representei nosso país em diversas reuniões como sobre as Mulheres no Esporte (essa inclusive será pauta de um episódio do PEP no futuro) e participei de articulações e do processo de eleições para Presidente e vices presidentes da Federação Internacional. Tive várias aulas de gestão, de articulação internacional e muito contato com pessoas com culturas muito distintas nesses dias. Um verdadeiro liquidificador cultural.

Em diversas mesas de trabalho fomos divididos por afinidade de línguas e pude conversar com nossos Hermanos latino-americanos, portugueses e espanhóis, fiz inclusive muitas amizades e que mantenho até hoje. Hoje pelo facebook, mas na época por email, que era o que tínhamos à disposição, minto, já tínhamos o Skype também.

Mas eu trouxe esse exemplo aqui pra ilustrar que coisas muito simples das nossas experiências podem nos fazer refletir sobre algo muito maior. A cultura ocidental, suas diferenças com a oriental e como nossa interação vai rompendo fronteiras e, de repente, nos identificamos com várias coisas diferentes que aprendemos por esse tipo de oportunidade.

Nessa mesma linha, certa vez, por exemplo, eu fui fazer compras de roupas com um norte-americano nos Estados Unidos. Ele me levou a uma loja de acordo com o perfil que eu queria, disse a ele que queria uma loja que tivesse roupas boas e baratas.

Assim que entrei na loja, vi várias marcas conhecidas internacionalmente e a um ótimo preço. Ele também aproveitou para fazer compras. Mas enquanto eu olhava as bancas com preço fixo e buscava marcas conhecidas, ele abria a gola de camisa por camisa e observava os detalhes das etiquetas. Certo momento ele me encontrou novamente e pediu para ver o que eu havia escolhido. Ele abriu as golas e disse essa aqui é muito boa, mas essa outra aqui nem tanto. Eram da mesma marca, perguntei por que?  Ele trabalhou durante muitos anos no Banco Interamericano de Desenvolvimento, viajou muito por todo o mundo e e participou de muitas reuniões internacionais que envolviam negócios. Ele me explicou, os melhores tecidos são fabricados em determinados países. Enquanto eu olhava a marca, ele olhava a procedência do tecido e ainda disse que várias marcas compram tecidos de procedência de diferentes países conforme está o preço naquele momento, mas como estão identificados na etiqueta, podemos então fazer melhores escolhas, se soubermos disso, claro.

Eu acabei trazendo camisas de marcas desconhecidas e de boa procedência que realmente são excelentes. Eu tive o privilégio de ter várias aulas práticas como essas e hoje faço escolhas melhores. Coisas que só aprendemos por meio da interação com as pessoas. Conviver com pessoas que são ou foram experts em diferentes áreas do conhecimento, é e sempre será fonte de desenvolvimento, não tenha dúvida disso.

Mas o que que isso tem haver com o tema deste podcast?

Então, quando estamos aprendendo ou compartilhando experiências, nossa mensagem não é captada exclusivamente sob o ponto de vista da temática que estamos abordando. Cada um absorve de uma palestra, uma exposição, algo que naquele momento faça mais sentido para ela, pelo o momento, fase que está passando em sua vida, pelas experiências/bagagens que trás, pelos questionamentos que está buscando responder em ouvir, assistir ou buscar aquele conteúdo. Ou seja, são muitas variáveis que podem influenciar a aprendizagem.

Para nos identificarmos com um palestrante, ou um professor, um apresentador de conteúdos, que não conhecemos, há diversos requisitos que culminarão numa relação de confiança, ou não. Claro, o currículo é uma forma de avaliarmos a base de formação da pessoa, e se encaixa com nossas expectativas a este respeito. Mas eu contei aqui até agora experiências que foram proporcionadas pelo esporte, nos outros episódios trarei exemplos diretos do esporte. Recentemente tenho feito cursos à distância e conhecendo pessoas, palestrantes com os quais descobri grande afinidade de como enxergamos o mundo. Essas afinidades muitas vezes explicam ou nos permite explicar algumas nuances que antes não tínhamos respostas. Tenho me inspirado em grandes professores que venho conhecendo, mas sempre busco maiores informações sobre eles.

Então, talvez você tenha percebido, que até esse momento da minha abordagem destaquei indiretamente alguns traços da minha personalidade. Para alguns eu poderia estar enrolando, “enchendo linguíça”. Mas não, acho realmente importante que você possa compreender que eu sou uma pessoa muito observadora, atenta a detalhes e que reflete sobre experiências e fenômenos aparentemente simples, mas que trazem grandes oportunidades de aprender, de nos desenvolver. Tenho também muita empatia e sensibilidade para buscar compreender o outro lado sempre. Não gosto de ser o dono da verdade e da razão, mas sim um questionador, gosto de contrapontos, gosto de encontrar respostas, mas não de respostas prontas, prefiro, como bom e desconfiado mineiro, refletir bastante para encontra-las.

Agora sim, fico mais a vontade para falar sobre o meu currículo. Ele  começa na área do esporte como já disse. Fui atleta, árbitro, técnico, pesquisador e dirigente esportivo. Isso tudo antes mesmo de me formar no ensino superior, ainda na graduação comecei a atuar paralelamente em todas essas instâncias, estranho né, mas aconteceu, as oportunidades surgiram e eu as abracei. Formei em Educação Física pela UFMG, me especializei em treinamento esportivo também pela UFMG e em Esportes e Educação inclusiva para as pessoas com deficiência pela UFJF. Hoje curso também uma pós graduação em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E minha introdução ao meio da pesquisa foi com uma monitoria na disciplina Psicologia do Esporte e posteriormente concluindo um Mestrado em Ciências do Esporte na UFMG me dedicando aos estudos nos campos da psicologia e gestão do esporte mais especificamente na área de Liderança.

Como profissional, fui técnico esportivo, prestei serviços para grandes clubes de Belo Horizonte, em escolas, pra Seleção Mineira e Seleção Brasileira de Tênis de Mesa Olímpico e Paralímpico, e também para os Comitês Olímpico (onde fui consultor na área de psicologia do esporte para a orientação da preparação da Missão Nacional para os Jogos de Athenas em 2004 e fui técnico do Tênis de Mesa Paralímpico em Beijing China em 2008. Trabalhei também com palestras de formação de treinadores pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, onde por mais de 10 anos fui coordenador técnico-científico como já disse. Mas a maior parte dessa carreira foi paralela ao meu cargo na Prefeitura de Belo Horizonte, onde atuo como Analista de Políticas Públicas desde fevereiro de 2000 após a aprovação em um concurso público em 1999, um ano exatamente após me formar.

São vinte anos de experiências inicialmente na Secretaria de Esportes e depois na Secretaria de Direito e Cidadania. Ao longo da minha carreira eu também dividi meu tempo, antes meio expediente na Prefeitura, com a docência universitária em cursos de Educação Física. Atuei por cerca de 10 anos como professor e coordenei dois cursos superiores de Educação Física (Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte e UNIPAC (Universidade Presidente Antônio Carlos – Unidade Matozinhos, região metropolitana de BH, tendo passado por experiências como professor substituto na cadeira de Gestão e Marketing Esportivo na UFMG por dois anos, e nos cursos de pós graduação em Musculação e Treinamento Esportivo da UFMG com essa mesma disciplina por quatro anos. Trabalhei também em outras universidades como a PUC Minas, Fundação Helena Antipoff, Universidade do Estado de Minas Gerais -UEMG e Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE da minha querida Montes Claros.

No meu mestrado estudei sobre a Liderança no Esporte, sob a orientação do saudoso Prof. Dr. Dietmar Martin Samulski, o alemão mais brasileiro que conheci, uma pessoa incrível que sempre esteve aberto pra compartilhar conhecimentos e experiências, nos tratava como filhos científicos, algo muito salutar e respeitoso nesse ambiente e que marcou e deixa muita saudade.

Mas em 2013, após passar por uma experiência de gerenciar os projetos estratégicos da Secretaria Municipal de Esportes para a Copa do Mundo de Futebol, um deles a coordenação do voluntariado da cidade para a Copa, fui convidado para assumir um cargo comissionado com dedicação exclusiva na Prefeitura e desde então tenho me dedicado a esta tarefa em regime de dedicação exclusiva.

Minha experiência com o paradesporto, vem desde a graduação em Educação Física há cerca de 23 anos. Quando comecei a acompanhar a trajetória de atletas com deficiência no esporte. Tive a oportunidade de conviver com a realidade das diferenças e com os desafios de transformação das cidades e da sociedade para que possamos promover o acesso às pessoas com deficiência, em igualdade de oportunidades, a todos os direitos fundamentais de um cidadão.

Viajar e coordenar delegações paradesportivas, ter a oportunidade de conviver intensamente com pessoas com deficiência física, visual, intelectual, com transtorno do espectro do autismo e auditivas, me fez enxergar a vida com outros olhos, com detalhes ainda mais minuciosos sobre as diferenças e a necessidade de nos despir de quaisquer preconceitos em relação às características humanas.

Em algumas universidades eu ministrei disciplinas sobre Esporte e Educação Física Inclusiva e me dedico há mais de 20 anos ao estudo dessa área. Há 07 anos atuo em imersão no universo dos direitos das pessoas com deficiência, inclusive hoje como Diretor de Políticas para as Pessoas com Deficiência na Prefeitura de Belo Horizonte na Secretaria de Direitos e Cidadania.  Com essa nova experiência passei a conviver de forma mais ampla com uma intensa articulação com as áreas tanto das políticas urbanas como obras, infraestrutura, habitação, planejamento, regulação urbana, fiscalização, mobilidade urbana, meio ambiente, desenvolvimento e economia, trabalho e emprego, como também em políticas sociais como saúde, educação, Assistência Social, Direito e Cidadania, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, dentre outras.

Confesso que não vejo mais as cidades sob um único ponto de vista, mas sim como um complexo, cujos diversos setores atuam como engrenagens para seu pleno desenvolvimento. Uma boa gestão faz e fará toda a diferença em como podemos zelar pela qualidade dos serviços, inovação e consequentemente pela promoção da qualidade de vida da população.

É esta a visão que tenho para compartilhar com vocês, no fundo todos nós lutamos por uma vida digna e plena, uma sociedade que seja capaz de zelar pelo bem do outro e se compreender como uma parte desse sistema. Participar, cooperar, colaborar com este sistema é dever de todos nós, mas para isso, precisamos estar conscientes de nossos direitos e obrigações civis, respeitando nossas diferenças, e mais que isso, lutando para que o reconhecimento da diversidade seja visto como algo salutar para aprendermos a nos desenvolver de forma harmônica, nunca se esquecendo que a harmonia requer dignidade, equidade e igualdade de direitos a todas e todos nesse nosso imenso mundo e que para alcançarmos essa igualdade não dá pra imaginarmos que somos todos iguais, não somos, não queremos ser e nos inspiramos nas diferenças para aprender e nos desenvolver. Ainda bem, pois seria muito chato se fossemos todos iguais, se não tivéssemos contrapontos e acima de tudo, possibilidade para mudar. Então muitas vezes tratamentos diferenciados para os desiguais são necessários para que tenhamos igualdade de oportunidades, equidade.

Não vejo como alcançar este nível de reflexão e ação necessária para transformar nossas vidas sem que valores como ética, moral, transparência, sinceridade, coletividade, companheirismo e empatia façam parte das nossas reflexões e atitudes.

Considero que nossos conflitos ou tudo aquilo que nos assombra, são testes e provas pelas quais podemos aprender lições e superar momentos difíceis em nossas vidas. Os altos e baixos da nossa trajetória nos mostra diferentes possibilidades, que muitas vezes podem ser aproveitadas como oportunidades para lidarmos com a adversidade e aprendermos a ser resilientes frente aos desafios que temos nos nossos caminhos ao longo da vida.

O PEP, nosso Palestra Esporte Podcast, trará então uma abordagem inspirada nas intensas relações vivenciadas no esporte e na gestão, e apresentará caminhos que possam nos levar a reflexões e aprimoramento do autoconhecimento, bem como do nosso ambiente de trabalho e pessoal, ou seja, em nossas relações sociais como um todo,  pautando-se no caráter esportivo, na gestão pública e nos direitos das pessoas com deficiência como pano de fundo das nossas palestras para refletirmos sobre o nosso comportamento na sociedade, nosso desenvolvimento contínuo e a promoção da cidadania.

Penso que as experiências aqui compartilhadas podem ajudar obviamente professores e profissionais de Educação Física e Esportes, mas também todos aqueles que querem entender melhor processos de comportamento social e possibilidades de sermos melhores em nossas ações profissionais ou sociais.

Aliás, muitas vezes farei reflexões que remeterão às famílias, a base de tudo que conquistei e cujo apoio é indispensável para desenvolvermos talentos e pessoas vencedoras. Como gostaria que as famílias pudessem se apropriar do PEP, acompanhar e refletir sobre algumas questões que trarei aqui.

Então, deixo bem claro a você, eu não omito de falar que me considero uma pessoa privilegiada, que já superei muitos conflitos, dificuldades, adversidades, ajudei muita gente em minha trajetória e essas mesmas pessoas me ajudaram muito mais, ainda que talvez nem saibam disso. Conquistei muita coisa importante em minha vida, a maior delas, o respeito da minha família, dos amigos, colegas e do público com o qual trabalhei e trabalho. Eu chamo isso de realização, embora eu considere que ainda esteja apenas na metade de minha trajetória profissional e pretendo ainda desenvolver muito mais, me reinventar, aprender novas habilidades e projetar outras possibilidades de futuro, sim eu descobri que gosto de mudanças e quando criança de aversão a mudanças, hoje elas fazem parte da minha essência.

De qualquer forma, o PEP será uma ferramenta para apresentar os resultados das experiências que tive e apontar caminhos para você, que assim como eu, reconhece ou quer reconhecer cada amigo, colega, familiar, adversários e instituições que o ajudou a colocar cada um dos tijolinhos dessa obra inacabada que é a vida de cada pessoa, e antecipo, tenho certeza que são milhares de bons exemplos. No caso do PEP, muitos serão citados aqui, obviamente não vou expor ninguém que não queira, mas reconhecer as influências positivas será uma forma de homenagear e agradecer a quem fez e tem feito grandes diferenças na minha vida. Pois são pessoas que contribuíram com o que sou e com o que ainda quero ser.

O PEP - Palestra Esporte Podecast trata de uma forma geral de pequenas palestras, é uma forma de matar um pouco a saudade da vida acadêmica e compensar uma necessidade que tenho, a constante relação de ensino e aprendizagem. O clima do esporte faz parte da minha vida e a ideia de um nome como de um Clube, inclusive com a sigla PEP, representa uma ideia de atrair pessoas, associados, admiradores que acreditem nessa instituição e possam obviamente aprender, mas também se distrair, se divertir, se identificar e gostar do que acompanharem aqui. Teremos oportunidades de interagir e poderei ser criticado, me autoavaliar, aprender com você, enfim trocar conhecimentos.

Sempre gostei de ensinar, mas também sempre gostei de um bom papo de boteco, de conhecer pessoas em eventos sociais de quaisquer natureza e de compartilhar minhas experiências e histórias. Certa vez, há cerca de 20 anos atrás, uma colega de trabalho associou minha postura de carregar meus livros em uma pasta de mão/ tipo maleta (não gostava de mochilas, hoje até tenho usado), mas eu andava vestido com roupas sociais mesmo trabalhando na Secretaria de Esportes, onde não era comum, mas eu tinha outros compromissos sociais ao longo do dia como dirigente esportivo, e por gostar de contar muitos causos e reunir as pessoas do departamento para escutá-los, como bom mineiro nos intervalos do serviço né. Então ela me associou ao personagem Forest Gump, o contador de histórias. Pra quem assistiu esse filme, teria sido um apelido perfeito, mas acho que não pegou porque eu realmente me identificava com o Forest, aliás ainda me identifico. Não só com o brilhante filme e trilha sonora que coleciono desde o lançamento, mas com o personagem por sua ingenuidade, característica que o proporcionou participar dos mais marcantes fatos históricos de um determinado período da história norte americana, Dizem que apelidos precisa de uma certa resistência e incômodo inicial para pegar... Nesse caso, era e é pura admiração.

Hoje eu me reconheço mais ainda no Forest com as oportunidades que tive em minha vida de conhecer diversos lugares no mundo e locais que fazem parte da história da humanidade, como a muralha da China, a Casa Branca, a Torre Eifel, o Maracanã, o Mineirão (minha casa) por que não? Dentre tantos outros como a casa de Cristóvão Colombo em Genova ou de a casa do Juscelino em Diamantina.

Também me identifico com Homer Simpsons e principalmente com o clima de pubs e bares como o Bar do Moe. Aliás foram nesses ambientes que conheci melhor diversas pessoas que fizeram diferença em minha vida. Um grande gestor com o qual convivi, tenho grande admiração e respeito, um dia me ensinou que num bar você tem a oportunidade de conhecer as pessoas como elas realmente são. Os Chineses também pensam assim antes de fazer negócios.

Mas vamos voltar à proposta do PEP e Guardada as devidas proporções, eu vejo hoje bons Podcasts com potencial de bons livros, ah eu tenho dezenas de capítulos escritos e não publicados. Nunca consegui organizar tudo e a procrastinação já estava me matando, mas a disposição para sistematizar toda minha produção formal e informal para formatar no modelo de livros conforme toda a normatização e revisões necessárias realmente me desanimava. Mas agora descobri essa maneira mais simples e confesso que prazerosa de dividir minha experiência em pequenas histórias e reflexões que possam ser contadas numa linguagem menos formal e em pequenos capítulos, pequenas histórias, em temporadas e ao longo de meses e anos. Não abandonei a ideia dos livros, aliás, contar essas histórias tem despertado o interesse em concluí-los finalmente, quem sabe? mas será um projeto mais pra frente, vou precisar mais inspiração e essa primeira experiência para planejar e lançar um Podcast já tem sido uma ótima fonte de inspiração.

Hoje foi um breve compêndio de curtas histórias, para a apresentação da nossa proposta de conteúdo, digo breve, porque tinha muito mais coisas pra falar, mas vamos passo a passo, deixa os outros exemplos pras próximas oportunidades que teremos nesse podcast.

São mais de 20 anos de experiências no esporte, na gestão pública e na militância em prol dos direitos das com pessoas com deficiência. Finalmente encontrei esse jeito novo de produzir conteúdo, compartilhar experiências e refletir junto com você sobre o nosso desenvolvimento.

Curtiu o nosso PEP? então nos acompanhe! Lançamos novos episódios semanalmente toda segunda-feira pela manhã. Bora lá nos escutar e acompanhar as novidades do Palestra Esporte Podcast. Estamos presentes também com um blog, um canal no youtube e nas redes sociais como facebook e instagram, para nos encontrar basta buscar por PEP - Palestra Esporte Podcast. Estamos também em vários agregadores de podcast como Itunes, Apple Podcast, Spotify, Google Podcast, Deezer, Castbox, Anchor, Breacker, Overcast, Pocket Cast, Radio Public, e outras Faça contato, sugira temas para abordarmos aqui e vamos trocando ideias e nos apoiando sempre em prol da nossa mútua aprendizagem e do desenvolvimento contínuo!

Um Forte abraço e até a próxima semana!

Postar um comentário

0 Comentários